O que os esportes podem nos ensinar sobre aprendizagem?

Em uma prova normal de colégio, uma nota boa e uma ruim pode significar muitas coisas. Porém essas notas nem sempre refletem o que a pessoa realmente aprendeu e se aprofundou.

Na área do esporte é um pouco diferente: a exigência por resultados concretos tornam a avaliação do que foi efetivamente aprendido ou não muito mais transparente (o mesmo vale para línguas).

O que podemos aprender nos esportes e trazer para nossa aprendizagem do dia a dia? Veja agora na nossa nova vídeo aula:

Esporte proporcionando desafios

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Todo esportista relaciona a sua prática a algum sonho ligado a sua vida real. Por exemplo, um jogador de futebol amador não necessariamente sonha em ir para a Copa do Mundo, mas em ganhar o campeonato do seu bairro.

Não importa o tamanho do sonho, mas ele acaba se tornando motivante para o esportista, pois para ele surge um desafio, que  é alcançável! Com o esforço necessário, que torna a jornada para colher o resultado esperado muito mais interessante.

Motivação e aprendizado caminham juntos

O esportista tem algo dentro de si que se chama paixão, isso o move a ter vontade de ganhar, de acertar e de melhorar suas habilidades. Isso consequentemente puxa o indivíduo para aprender coisas novas.

Desse modo voltamos para a palavra motivação e aprendizado: elas estão totalmente ligadas entre si. Essa opinião vem de neurocientistas, e são ditas a bastante tempo já. No esporte, essa motivação e a ligação dela com a aprendizagem normalmente aparece de forma natural.

“É errando que se aprende”

Um dos graves problemas do ensino tradicional, é o de “ensinar” pela punição quando erramos. Isso faz do erro um fato a se temer.

Já no esporte é diferente, pois o erro se torna uma oportunidade de feedback, para alcançar um futuro de acerto, visando a melhora da habilidade geral.

Um bom exemplo é o esporte que venho praticado há mais de um ano, que é o tênis. Logo na minha primeira “competição” joguei dois jogos e perdi os dois. Porém em um deles perdi para uma pessoa tão iniciante quanto eu, e notei que o ponto alto da minha derrota aconteceu por conta de muitos erros no saque.

Mas eu não desisti e isso fez com que me desse motivação para seguir adiante e buscar a melhora desse quesito no esporte. Com o decorrer do tempo, melhorei bastante meu saque. Hoje ele ainda está longe de ser perfeito, mas o crescimento foi visível e hoje raramente erro ao sacar.

Isso é uma coisa que deveríamos trazer também para o aprendizado acadêmico, pois ao errar um problema matemático por exemplo, não devemos nos crucificar e sim procurar o motivo do  erro: se for falta de atenção, o foco e a atenção devem ser trabalhados. Se foi falta de compreensão, é preciso verificar o que não foi compreendido.

Resumindo, o erro deve ser usado como feedback de algo que deve ser melhorado e não como forma de punição. Temos que nos certificar que o erro faz parte da aprendizagem, é ele que vai moldar nosso aprendizado.

Metas por etapas, sucesso no futuro

Ligando o assunto agora para atletas profissionais, a diferença notável é que eles estabelecem metas específicas, por exemplo acertar 90 por cento dos saques, ou a maioria dos pênaltis batidos.

O ensino educacional falha exatamente nisso. Não dá espaço para errar, nem tempo para praticar.

Uma prova de que o ensino acadêmico não completa o ciclo educacional é que quando um estudante começa a trabalhar a empresa tem que remodelar totalmente a pessoa para que ela se adeque nos padrões práticos da companhia.

Voltando o assunto para os atletas profissionais, as metas propostas por eles são estabelecidas em etapas menores e alcançáveis. Assim ele pode estabelecer como meta melhorar de 10 a 20 por cento o número de acertos por semana, por exemplo.

Agora, se você tem uma meta que está longe de ser alcançada, consequentemente não vai ter a mesma adrenalina de querer completá-la em comparação das metas estabelecidas por etapa. Por isso tudo está ligado com a motivação e em como dividi-la na hora certa. Levando o exemplo para a prática: ler 10 páginas de um livro em um dia, depois aumente, vá para 15 páginas e assim por diante, com isso os pequenos sucessos vão te levando para a meta ser concretizada passo a passo.

 A técnica de visualização

Uma técnica que os atletas profissionais usam bastante é a técnica da visualização. Ela é baseada de forma que o atleta tem a visão de que sua meta está sendo realizada.

Essa técnica é comprovada por esportistas de alto nível que admitem fazer isso diariamente, se visualizando acertando um arremesso, um saque, um chute.

Uma pesquisa feita em jogadores de basquete testou essa prática nos atletas, separando-os em 3 grupos: um que praticava os arremessos na quadra. O segundo não praticava nada e o terceiro apenas fazia a visualização de arremesso fora da quadra. O grupo que não treinou obviamente não melhorou, mas para surpresa de todos o grupo que apenas se visualizou arremessando, teve resultados muito parecidos com o grupo que treinou arremessos em quadra.

É claro que esses atletas são profissionais e já possuíam uma prática em arremessar, portanto o exemplo não vale para pessoas que não possuem experiência nenhuma no esporte. Ou seja você primeiramente precisa vivenciar a experiência para depois empregar a técnica de visualização.

Então a técnica de visualização é comprovadamente eficiente, e claro que você pode fazer isso também quando for realizar provas e concursos difíceis, se vendo tirando uma grande nota, indo bem e feliz. Isso te tranquiliza e querendo ou não é um modo de preparo, além de te deixar motivado para o grande dia!

O treinador

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A atividade mais difícil do mundo dos esportes, de se colocar em prática na educação acadêmica é a figura do treinador. No mundo dos negócios esse orientador podemos chamar de coach, vindo do inglês (treinador).

Esse coach é uma pessoa especializada em motivar e monitorar processos de desenvolvimento em qualquer área, e está lá exatamente para ajudar as pessoas a atingir as metas que elas traçam para si. No mundo acadêmico temos o orientador ou mentor, um professor para conduzir o aprendizado ou até um estudante mais velho.

Lembrando que a escolha do treinador é essencial, pois em todos lugares temos pessoas inábeis e competentes, desse modo se o treinador for ruim ele pode te prejudicar, te guiando para um caminho que você não aprenderá o esperado.

Corpo Sã, Mente Sã

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O esportista para ter um desempenho de bom para ótimo, precisa estar muito focado. Por isso a integração entre a mente, corpo e ação é essencial para o resultado final. O esportista precisa do corpo bem preparado e estar o tempo todo ativo em busca de melhorar o seu desempenho. Assim é muito comum o esportista praticar um esporte e fazer um outro exercício que fortaleça os músculos necessários para a prática daquele esporte.

Entramos naquele dilema novamente, do ensino tradicional falhar na ação prática, ficando muito na mente e não preparando o resto.

Por isso temos que preparar nossa mente, garantir que ela esteja sempre aprendendo, dormindo adequadamente, se alimentando bem. A parte do corpo é de cuidar bem dele, sempre mantendo uma boa qualidade de vida, oxigenando bem o sangue. E finalizando, a ação, a dica é ser pró-ativo na aprendizagem, ser meta-aprendiz, saber o que é bom ou não para aprender.

Agora passando a bola pra você, qual esporte você pratica ou já praticou?

Você está procurando por esportes novos?

O que esse esporte pode te ajudar na aprendizagem acadêmica? Em novos estudos?

Se você praticar algum esporte específico que nã0 citei no post, conte um pouco sobre ele nos comentários.

Participe!

Até mais e um ótimo aprendizado!

9 Comentários


  1. Olá

    Adorei a sua aula, vou acessar seu blog, sou educador físico e os seus conceitos e direcionamentos são muitos bons e com base.

    Grato e Parabéns.

    Daniel Mendes

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  2. Pratico Karatê!
    Realmente tem tudo a ver com o que vc falou!
    É muito interessante!

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    1. É isso mesmo Mariana.
      Fiz karatê uma vez e de fato podemos traçar um paralelo com o post que a Ana está nos propondo aqui.
      Abraço, Marcelo.
      Gerente de relacionamento.

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    1. Verdade, Helio. Precisamos aprender com ele principalmente sobre a necessidade da prática.
      Abraço,
      Ana

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  3. Muito esclarecedor Ana. Vou tentar aplicar na minha vida. Não tenho palavras para agradecer o trabalho que você faz.

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  4. No momento, Ana não estou praticando nenhum esporte! Mas achei muito estimuladora sua aula! Muito obrigada

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    1. Marluce, pode ser que você comece a fazer a partir deste afetamento, né!!
      Abraço,
      Ana.

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